A desilusão com algumas pessoas tem tomado conta de mim nos últimos tempos. Têm sido umas atrás das outras. E umas maiores que outras.
Se fossem "só" pessoas, menos mal, pior é serem amigos, daqueles que durante o passar dos anos me fui habituando a tratar como família.
Começo a perceber que por muito que me custe aceitar as amizades começam a valer muito pouco. E que cada um para atingir os seus objectivos não pensa duas vezes em sacrificar o outro. É terrível e tem sido muito doloroso. Confesso que tenho as duas vertentes, a astuta e a naíf. Quando gosto fecho muitas vezes os olhos e passo ao lado, ou arranjo desculpas para determinados comportamentos. Talvez porque me custaria muito mais "perder" aquela ou a outra "amizade" do que engolir determinadas coisas.
Acontece que há "coisas" que não se engolem, porque ferem, porque nos abrem os olhos de tal maneira que deixamos de conseguir cegar.
Ando a aprender a viver sem algumas dessas pessoas na minha vida. Pessoas que durante anos me consolaram e a quem dei colo e o melhor de mim. Pessoas que estiveram presentes nos melhores e piores momentos da minha vida porque não fazia sentido ser de outra forma. E a quem eu tentei retribuir sempre.
Rimos muito e choramos também.
Partilhamos sonhos, ceus e alguns infernos.
E um dia por uma qualquer razão que julgaram importante abdicaram de mim, de nós.
Fazem-me falta, muita falta. Não estas pessoas de hoje, mas aquelas que foram parte de mim no passado, essas sim...fazem-me mesmo muita falta.
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