10 outubro, 2011




Apetecia-me ver o mar, colher tulipas brancas, andar sobre as nuvens e sentir o calor do sol... Partir sem data de regresso, iluminar-me nas estrelas, e rebolar num céu perfeitamente azul... Se tudo isto não for possivel, fecho os olhos e sonho. Porque nos sonhos tudo é possivel.

05 outubro, 2011

Pedro e Carolina... uma história sem "the end"...




Pedro surgiu na vida dela como alguém que estava disposto a não desistir, por muito que Carolina não estivesse preparada para o receber.
A insistência foi surtindo efeito e Carolina fosse pela fragilidade ou pela carência, acabou por o ir deixando entrar aos poucos. Como qualquer relação que começa com tantas reticencias as coisas não foram fáceis e Pedro teve uma dura batalha pela frente, mas sempre achou que valia a pena e nunca desistiu, contra tudo mas principalmente contra a própria mulher que o tentava afastar da sua vida por achar que não valia a pena, que não era altura...ou fosse por que raios fosse!
Duras batalhas se seguiram e Pedro foi aos poucos conquistando o seu espaço na vida de Carolina e ela sem querer ou sequer perceber foi aceitando...e gostando da sua presença, do seu cheiro do seu toque...e tendo saudades, muitas saudades quando não o sentia.
Cada dia as coisas evoluíam nem sempre positivamente, mas evoluíam.
Se por um lado os corpos se uniam cada vez mais intimamente, e iam tirando mais prazer da presença um do outro, se iam conhecendo e saciando a loucura de cada um, as almas não estavam em completa sintonia.
Haviam pormenores...grandes pormenores que não se conjugavam e que ameaçavam toda a esperança de que aquela relação funcionasse e perdurasse.
Alguns gostos, alguns objectivos, formas de encarar a vida, diferenças de personalidade, tudo pairava e pairava sem que nada os conseguisse adaptar às diferenças. Mas o sentimento que os unia ia fazendo com que as coisas fossem correndo, apesar dos sobressaltos.
Até que após algum tempo e por muito que Carolina tentasse não havia forma de conseguir que Pedro a compreendesse, que aceitasse que quanto maior fosse a luta para mudar a sua essência, mais a afastaria de si.
Como seria de prever (menos para Pedro), Carolina percebeu que por muito que se esforçasse a sua historia não iria nunca ter o tal final feliz. Jamais poderia deixar de ser quem era por quem quer que fosse, os seus ideais, as suas convicções nunca mudariam e portanto a barreira que a separava de Pedro, por muito que gostasse dele, aumentava diariamente.
Finalmente Carolina decidiu que não sendo feliz e não podendo fazer Pedro feliz o melhor seria terminar aquilo que poderia ter sido uma relação para a vida.
Pedro não só não acreditou nas suas explicações como se mostrou uma pessoa completamente diferente do que tinha sido até então. Parecia que aquelas duas almas jamais se tinham entregado, amado, conhecido sequer.
Apesar de tudo o que passaram, de todas as palavras que trocaram, de todas as vezes que riram e choraram juntos, hoje são perfeitos estranhos... é possível? É, quando não existe personalidade para se admitir que se erra, que não se é perfeito, que se cria uma imagem não de quem se tem, mas de quem se quer ter e não se perdoa o facto de essa pessoa não corresponder à "realidade" que foi criada, que foi desejada.
Ninguém é perfeito, mas há que ter noção que com todos os defeitos que possamos achar que alguém tem, para outros, esses "defeitos" podem ser grandes qualidades, e não temos o direito de as tentar mudar a nosso bel prazer, com o risco de perdermos o possível amor de uma vida.
E pior do que não ver é não querer aceitar as nossas próprias imperfeições, que às vezes são absolutamente abomináveis e matam qualquer amor que um dia teve tudo para crescer.
Possivelmente ainda hoje Pedro ache que foi enganado e continue a odiar Carolina, mas um dia vai-se aperceber que perdeu provavelmente a mulher da sua vida por uma ignorância quase primitiva.
Ou provavelmente não... mas sairá sempre a perder. Mesmo que nunca o venha a descobrir dentro de si próprio.
E Carolina obrigou-se a esquecer Pedro, mas o Pedro do fim, porque o Pedro que ela guarda na memoria jamais será apagado.
E nesta historia de amor sem um final feliz, "definitivo" é a palavra que surge em vez do tradicional "the end".


(Obrigada Carolina por me deixares escrever sobre a tua historia)