21 maio, 2014

Viagem às cegas… destino.




Em pleno dia sou por vezes assombrada por uma escuridão que me impede de vislumbrar a mais ténue luz.
Em momentos de alguma lucidez sei que ela está lá, apesar de cega, sei que sim… ou quero acreditar nisso.
Linha estreita esta… entre o que quero acreditar e o que sinto cá dentro.
Tenho formas de viajar que me levam longe…tão longe.
Viajo quando fecho os olhos, esqueço a realidade, o mundo lá fora, os sons, os cheiros, os sentimentos…  e passo a viver noutra dimensão.
A viagem começa…
Saio de mim, deixo o meu corpo para trás e levo só o que quero… rasgo a minha alma em pedaços e escolho apenas os que me interessam levar.
Tudo se altera, tudo é novo… o odor da vida, a cor da luz, a essência de cada toque que sinto, o sabor de cada vez que passo a língua pelo lábios…  e o coração bate, bate, bate desenfreadamente… a respiração tira-me o folego.
As memórias foram apagadas e surgem imagens como que de um filme se tratasse… 
Vejo o mar, o céu infinito, que me absorve… o ar fresco que me transporta… e voo… voo…
Liberdade… perturbação desordenada, afectos violentos, espirito de paixões… quero…
Quero-te tanto...
Conta-me viagens… conta-me histórias…  não me deixes ver a luz… quero continuar a sentir… de olhos fechados.
Toca-me… cheira-me… beija-me… deseja-me…  viaja comigo… e por fim fecha os olhos e deita-te no meu colo… (e é tão bom ter-te no meu colo) e respira… apenas… respira… 
Esquece o mundo…  comigo.

CSR


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